sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pais brigam na Justiça para ensinar filhas em casa




Família de Serra Negra (SP) é adepta do 'homeschooling', popular nos EUA

As irmãs Vitória, de 11 anos, e Hannah, de 9, terão uma longa batalha pela frente para provar à Justiça de Serra Negra, no interior de São Paulo, que podem continuar estudando em casa, apenas com a ajuda dos pais. Filhas de um americano com uma brasileira, as meninas foram tiradas da escola há três anos. Agora, os pais são alvo do Conselho Tutelar e do Ministério Público Estadual da cidade, que querem que eles cumpram o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), matriculando as meninas em uma escola regular.

Philip Ferrara, de 48 anos, e Leila Brum Ferrara, de 44, são adeptos do movimento homeschooling ("ensino domiciliar", em inglês), prática de ensino amplamente difundida nos Estados Unidos - onde reúne mais de 1 milhão de adeptos -, mas proibida no Brasil. As duas nasceram e viveram nos EUA por seis anos. No Brasil, os pais chegaram a matricular as meninas em uma escola regular particular, mas não gostaram da qualidade do ensino. Daí veio a decisão de oferecer a educação domiciliar para elas.

O problema é que o casal foi denunciado ao Conselho Tutelar, que constatou a ocorrência do que eles chamam de "evasão escolar" e pediu que o Ministério Público tome providências. "Esses pais estão descumprindo o estatuto e precisam rematricular essas crianças na escola", afirmou uma conselheira que não quis se identificar.

No final do ano passado, o juiz Carlos Eduardo Cilos de Araújo, da Infância e Juventude, instaurou um procedimento para analisar o caso e determinou que uma assistente social visitasse a família. Na primeira audiência, pediu aos pais um documento que comprovasse que esse tipo de formação garantiria às meninas condições de terem um diploma. "Vou mandar esses documentos ao Ministério da Educação para me certificar se esse procedimento é válido ou não no Brasil", disse Araújo, que afirma nunca ter trabalhado em um caso semelhante na cidade.
(Com Agência Estado)

Dúvidas dos leitores







1ª) Olhos VERDES-CLAROS ou VERDE-CLAROS? Calças VERDES-GARRAFAS ou VERDE-GARRAFAS?
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento vai para o plural:
Consultórios MÉDICO-CIRÚRGICOS
Candidatos SOCIAL-DEMOCRATAS
Atividades TÉCNICO-CIENTÍFICAS
Problemas SOCIOPOLÍTICO-ECONÔMICOS
Cabelos CASTANHO-ESCUROS
Olhos VERDE-CLAROS
Os adjetivos compostos referentes a cores são INVARIÁVEIS quando o segundo elemento for um substantivo:
Calças VERDE-GARRAFA, VERDE-MUSGO, VERDE-OLIVA
Blusas AZUL-CÉU, AZUL-PISCINA, VERDE-MAR, ROSA-CHOQUE, VERMELHO-SANGUE, AMARELO-OURO…
Observe bem a diferença:
Olhos VERDE-CLAROS = cor + adjetivo(=claro ou escuro);
Calças VERDE-GARRAFA = cor + substantivo.
2ª) Qual é o plural de JÚNIOR?
As palavras terminadas em “R” fazem plural com o acréscimo de ES: repórteres, revólveres, açúcares, hambúrgueres, contêineres, mares…
O plural, portanto, é JUNIORES. A novidade é a sílaba tônica, que se desloca da vogal “u” para a vogal “o” (=pronuncia-se /juniôres/).
Se você não gosta do plural de JÚNIOR, porque acha feio ou estranho, a minha sugestão é seguir o exemplo das transmissões esportivas da rede Globo: em vez de dizer que “o Internacional é o tetracampeão de JUNIORES”, podemos usar “de futebol JÚNIOR” ou “da categoria JÚNIOR”. Não será por isso que o Inter deixará de ser TETRA.
3ª) “Maiores OU Mais informações podem ser obtidas pelo telefone”?
Informação não tem tamanho, nem maior nem menor. O que se quer é uma maior quantidade de informações, ou seja, MAIS INFORMAÇÕES.
Para que o ouvinte não faça confusão de “MAIS NOTÍCIAS” com “MÁS NOTÍCIAS”, podemos usar “OUTRAS ou NOVAS notícias”.
4ª) “Meio-dia e MEIO ou MEIA?”
O certo é “meio-dia e MEIA”.
MEIO (=metade) é um numeral fracionário. Os numerais devem concordar com os substantivos a que se referem: UMA hora da tarde, DUAS mil pessoas, DUZENTOS gramas de mortadela, PRIMEIRO candidato, SEGUNDA questão…
Observe mais alguns exemplos:
“Chupou MEIO limão e MEIA laranja.”
“Leu um capítulo e MEIO.” (=meio capítulo)
“Leu uma página e MEIA.” (=meia página)
“Bebeu um litro e MEIO de vodca.” (=meio litro)
“Bebeu uma garrafa e MEIA de cerveja.” (=meia garrafa)
“São duas e MEIA da tarde.” (=meia hora)
“É meia-noite e MEIA.” (=meia hora)
“É meio-dia e MEIA.” (=meia hora)
5ª) “Ela ficou MEIA ou MEIO nervosa?”
O certo é “MEIO nervosa”.
MEIO (=mais ou menos, um pouco) é advérbio de intensidade. Os advérbios não se flexionam.
Observe os exemplos:
“A aluna ficou MUITO nervosa.”
“A aluna ficou POUCO nervosa.”
Logo:          “A aluna ficou MEIO nervosa.”
Para facilitar a nossa vida, podemos decorar o seguinte:
“MEIO, no sentido de “mais ou menos”, é sempre MEIO (forma não flexionada = masculino singular).”
“Ela estava MEIO aborrecida.”
“Os clientes andam MEIO insatisfeitos.”
Observe a diferença:
a)    “A diretoria está MEIO insatisfeita.” (=a diretoria está mais ou menos insatisfeita, está um pouco insatisfeita, não está muito satisfeita);
b)    “MEIA diretoria está insatisfeita.” (=metade da diretoria está insatisfeita e a outra metade deve estar satisfeita).

Opinião: Batalha continua para quem não passou no vestibular

Quem não teve resultado positivo nas provas não deve se sentir fracassado.
Nesta hora, pais devem dar apoio e conforto.


 


Com a publicação das listas de aprovados nos principais vestibulares do país, os mais concorridos e mais desejados, em muitos lares a comemoração é certa. Depois de anos de estudo, investimento financeiro, emocional e intelectual, a recompensa chegou.
Nem todos, porém, estão felizes. Na verdade, para a grande maioria há a frustração. Em algumas carreiras, para cada um que conseguiu uma vaga, quarenta ficaram sem. Mais uma vez, vão ter que arregaçar as mangas e enfiar a cabeça nos livros. Ou até cursar uma faculdade que não seja de ponta.
Entre esses, alguns podem pensar de que foi muito esforço para nada, não sendo justo ficarem sem uma vaga. Como pode também não parecer justo ter poucas vagas em universidades tão boas e ainda por cima de graça.
Talvez não seja justo mesmo. Mas, para quem a vida é justa, nessa ideia que fazemos de Justiça, em que há tudo para todos e de maneira igual? Viver é estar constantemente lutando para que as coisas caminhem da melhor maneira possível, não idealizada. Isso é para todos. Basta observarmos os animais na natureza, que vida dura – tendo que caçar e procurar sua comida diariamente; tendo que se defender dos seus predadores e acidentes naturais. É um lutar constante e diário.
Para nós também é assim. Só que dentro de um sistema com certa organização – chamado civilizado – em que as vagas no ensino superior não são disputadas com duelos de morte, mas com uma prova de três ou quatro dias, depois de muito preparo e dedicação. Perde-se a vaga e não a vida – a luta pode e deve continuar.
No entanto, as provas só vão se repetir depois de muitos meses, novos estudos, investimentos ... A ideia que fica é de que se está perdendo tempo e dinheiro. Principalmente para aqueles jovens que são muito cobrados pela família, ou por eles mesmos. O tempo todo que estiveram na escola, o único objetivo que tinham era passar no vestibular de alguma universidade pública. As escolas de ensino médio ensinaram isso para eles e para seus pais. Afinal, ter alunos que foram aprovados nessas instituições dá muito status.
Mas, como já disse, não há vagas para todos. Então, aqueles que não foram aprovados em alguma instituição reconhecida estão fadados a fracassarem na vida? Pelo contrário, há lugar para todos.
É isso que precisamos ajudar os nossos jovens enxergarem. No caso, eles perderam apenas uma batalha. A vida continua para ser vivida e desbravada. Para isso, necessitarão da ajuda de seus familiares, principalmente os pais. Muitos deles também estão tristes. A maioria torcia para que os filhos entrassem numa universidade pública. O custo que envolve cursar uma particular é alto.
Não adianta nada massacrar os jovens com discursos de que não se empenhou o bastante. Nem tudo dependeu do talento deles, a concorrência é muito grande e, por vezes, desigual.
O importante é apoiar o filho – dando um colo mesmo. Para depois, juntos, verem as possibilidades que têm. Se puderem ver sem o tom do fracasso, enxergarão muitas. Quem sabe o jovem pode vislumbrar nesse período, entre um vestibular e outro, o que realmente deseja fazer. E aquele que parecia ser um tempo perdido, transforma-se em tempo de amadurecimento.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)